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O Corsário e a Ciência

Textos de divulgação científica e reflexões sobre Ecologia da Saúde, à luz da teoria evolutiva ultradarwinista:

O Corsário e a Ciência

Textos de divulgação científica e reflexões sobre Ecologia da Saúde, à luz da teoria evolutiva ultradarwinista:

30.05.14

A CIÊNCIA E O ENSINAR NO SÉCULO XXI - UNIVERSIDADES TROPICAIS E O EMBATE DE ERAS.


Sérvio Pontes Ribeiro

UNIVERSITAS

Tudo começa comigo sentado em um banco, rodeado de alunos da Ecologia Geral, explicando a eles que um dos diversos significados de Universitas - o conviver construtivo e IGUAL entre alunos e professores ("Universitas Magistrorum et Scholarium") - é exatamente aquele: somos iguais em nossas capacidades! Eventualmente eu comecei a ler antes deles (parafraseando meu amigo Geraldo W. Fernandes) mas eles lerão em uma época melhor do que a que eu li e serão melhores em qualquer coisa, se entenderem rápido o papel da ciência no seu aprendizado!

 

O conhecimento em construção (=fazer ciência) é o melhor referencial para quem vai viver do conhecimento aplicado. Ou seja, esta máxima do saber derivar da ciência (da construção do saber) é válida não apenas para formar outros cientistas, mas para formar médicos, engenheiros, humanistas etc. O conviver com a falseabilidade hipotética dá a exata noção da fragilidade do conhecimento implantado, mina os desejos de arrogância do profissional em formação, cunha uma visão crítica no aluno. Junto a isto, há vários outros elementos fundamentais que relacionam a pós-graduação, treinamento de futuros mestres, e a qualidade da graduação das Universidade Federais.

 

Na verdade eu pensei neste texto e na origem da ideia da universidade vendo uma aula para esta mesma turma, dada por uma de minhas alunas de mestrado. Me impressionou quão melhor aquela aula era que a minha, embora alguns dos alunos não concordaram! Em especial pelo formato eu achei melhor. O que ela tinha de melhor era a simplicidade e clareza. Estas duas reais qualidades, em especial para um curso básico, um professor antigo e enfiado em suas pesquisas, já não terá mais. Por diversas razões mas em particular esta - ciência e formação de educadores andando lado a lado - é que as universidades públicas são as melhores nas duas coisas: ensino e pesquisa. Eu quero falar sobre o mecanismo que permite isto acontecer e sobre os inimigos deste progresso.  

 

O fato é, quando o aluno de graduação entende que ele é coautor da formação de mestres que vão ensinar outros graduandos nas diversas universidades do país (que urgentemente precisam de melhores professores para elevar a qualidade das profissões que se praticam no país!) ele se sente melhor consigo mesmo. O saber que aquela aula não foi tão boa (ok, não foi!) vem com o compromisso de ajudar este aluno e - obrigatoriamente - saber o que ele precisaria ter aprendido! Consciente para cobrar do professor e seu mestrando o conteúdo faltante, ele já sabe mais do que se assistisse passivo o Mestre intangível falar. Neste ponto, começa o Século XXI, com a apropriação responsável que cada um tem que ter com o SEU saber e aprendizado! Efeito colateral? Hoje eu posso dizer que formamos já alguns excelentes professores! Do meu laboratório, assisti aulas fabulosas da Cinthia Milanez, Ricardo Campos e Fred Neves (e muitos outros, só para citar os doutores mais velhos), as quais foram cunhadas nas salas de aula das minhas disciplinas e de outros professores na UFMG, UFV e UFU!

 

Na verdade, nada disto é novo, e o preparar para um século de comunicação vasta vêm de longe. Do ponto de vista humanístico, a essência deste debate surge nos questionamentos sobre a separação das humanidades e ciências (veja Isaiah Berlin 1949 "The proper Study of Mankind", re-publicado em 1999 em Lisboa como "A apoteose da vontade romântica", Ed Leviatã, ou vá no "The Two Cultures", 1959, C.P. Snow). Porém, o debate floresce estruturalmente com autores como W. Thayer ("A crise não moderna da universidade moderna", 1996, em português pela Humanitas em 2002), quando se discute o processo da universidade se apropriar do saber e ordenar o conhecimento oficial, retirando dele o caráter tradicional.

 

A questão é... este muro caiu, e agora o saber flui incessante entre a sociedade e os destroços da torre de marfim. Os habitantes da torre que ainda não perceberam isto, pelo menos, não em todo o Planeta! O problema do ritmo desta mudança está nos trópicos. Aqui, isto PRECISA ser mais rápido, mas por razões históricas, vai mais devagar.

 

OS TRÓPICOS

Eu ainda me lembro do pensar incessante, que então era paralisado pela semana de busca das referências bibliográficas para fundamentar a direção que eu dava na interpretação dos dados, ou buscar novas hipóteses. Algo de importante estava acontecendo em algum lugar, mas era quase impossível acessar a fonte deste debate. Aqui entra o aspecto tropical deste ensaio. São nos trópicos que acontecem hoje os embates pela busca de nossa sobrevivência sustentável. Aqui se dará a conquista de uma humanidade sem miséria, mas só se conseguirmos - NÓS, HABITANTES TROPICAIS - resolver os impasses tecnológicos para um desenvolvimento limpo e biodiverso. Nunca antes na história, conservação da natureza, política e ciência estiveram tão próximas. O problema? até uma geração atrás, estes países eram incapazes de formar massa crítica suficiente para dar conta do recado. Senão vejamos o Brasil, um dos melhores destes países.

 

Enquanto no resto do mundo quem hoje está entre 40-60 anos foram os responsáveis pela revolução tecnológica/digital que resultou em nosso atual estilo de vida, aqui uma pequeníssima minoria tinha acesso à pós-graduação, e menos ainda tinham alguma experiência no exterior. Dentre estes, poucos tiveram de fato uma formação científica que validasse sua atuação continuada no ensino superior, ou seja, agora! Isolados e sem perspectivas, formávamos os profissionais que dava para se formar. Vários, brilhantemente superaram as dificuldades e limitações que a época lhes impôs, mesmo que tardiamente, corrigiram os erros e hoje brilham e são lideranças acadêmicas legítimas. O resto, permaneceu aos berros, cultuando sua revolta e esperando que alguém fizesse algo por eles. Em todas as áreas da nossa sociedade! Por sorte, alguns de nossos mentores no mestrado e final da graduação, já vislumbravam o Século XXI, e aí começa o embate de Eras - na virada para a década de 90.

 

O EMBATE: OS VELHOS NOVOS E OS NOVOS VELHOS

Nunca vou me esquecer de meu então estagiário, hoje colega de Departamento, em franco apoio a Prof. Terezinha que lutava nas Instâncias Superiores da UFMG para cortar o salário do Prof. Gustavo Fonseca. Afinal, o dito professor estava emprestado para a Conservation International (CI) e não contribuía em nada para a formação de nossos graduandos. Terezinha quem mesmo? Eu já esqueci (e olha que publiquei com ela!!). Eu já me assustava com estas atitudes nos meados da década de 90, pois afinal o Gustavo criou o Mestrado em Ecologia e Conservação da UFMG, o primeiro daquele tipo fora do hemisfério norte; ele cunhou com seus colaborares a ideia de hotspots na CI, que foi fundamental para um plano mundial de conservação da biodiversidade; ele trouxe financiamentos internacionais para a UFMG e para as pesquisas do Parque do Rio Doce, que refletem até hoje nas nossas pesquisas na UFOP! E, mais importante, as aulas dele estavam longe do ortodoxo! Ainda assim, ele influenciou muito mais minha formação como biólogo do que muitos professores brilhantes em classe e nulos em ação!

 

O Prof. Gustavo se iguala (na aula não ortodoxa e na iniciativa) a outro visionário muito mais criticado, mas que muito fez também, no tangente a formação de cientistas-ecólogos no Brasil: Geraldo W. Fernandes! O  Prof. 500 (artigos) é criticado exatamente por isto: quantidade e não qualidade. Nunca o vi se defendendo, mas como eu inseri a produção científica dele num pedido de doutoramento inter-institucional uma vez, sei da injustiça. O amigo tem muito e tem mais artigos de qualidade (sensu qualis A1 e elevado fator de impacto) que todos os outros, mesmo os estrangeiros, que inclui nesta proposta poucos anos atrás. Curiosamente, quem o critica pela quantidade não publica nem em qualidade.

 

Ressalto que falo com um profundo carinho das aulas dos Mestres, afinal, fizeram um grupo mais eficiente em irradiar o saber do que eles sozinhos seriam!! Em especial neste quesito, o Prof. Geraldo espalhou doutores em Ecologia para todos os cantos deste país. Tendo eu sido seu primeiro mestrando, olho a fila que se segue com enorme orgulho, como foi com orgulho que conheci Yves Basset, que na primeira vez que me viu em Londres se apresentou e disse: "temos um amigo em comum, o Fernandes que te orientou".

 

Assim, pode-se dizer que há uma enorme massa crítica que se formou e hoje herdou uma visão futurista na UFMG, minha geração, e o herdou em grande parte de duas mentes devotadas à ação: uma devotada à Biologia da Conservação e a outra para Ecologia Evolutiva. Não vou tirar o mérito de todo um conjunto, e claro que tivemos muito mais. Claro que houveram poderosas influencias que se seguiram a estas em minha vida pessoal, em especial Rogério P. Martins (de onde vem qualquer erudição minha no tangente à interdisciplinaridade, comunicação científica e filosofia da ciência) e Francisco Barbosa. Todos compartilhando um princípio comum: HÁ MAIS O QUE ENSINAR EM ESCREVER E FAZER CIÊNCIA DO QUE EM PERMANCER NA FRENTE DE UMA SALA DE AULA!!

 

Daquela atividade vinha a inspiração, os caras sentavam ali (muitas vezes no altamente inspirador Boteco da Biologia) e podia-se conversar com eles e eles teriam o que te dizer! Mais do que isto, e ponto fundamental para o que vai valer daqui para frente: se eles faziam Escola, teriam muitos pesquisadores sendo moldados pela sua forma de pensar e estes sim trariam este universo de saber e mudar para a graduação por muito mais anos (hoje, membros destas Escolas são professores da própria UFMG, como Frederico Neves e Adriano Paglia).

 

O SÉCULO XXI E A REDENÇÃO TROPICAL

Hoje, nós herdeiros formamos uma geração que em grande sentido valoriza mais as aulas que nossos ancestrais e nos vejo mais equilibrados nestas duas práticas. Porém, não se pode deixar quem não tem a prática da ciência profunda definir que a aula é só para o professor concursado, e com isto privar o graduando de participar de um processo mais amplo e complexo da construção de seu próprio saber e atuar (que este professor tipo "sala-reunião-ofensas-casa" não conhece).

 

A Universidade é lugar de atuação conjunta e quem é inábil para tais práticas condena a tudo que não é o pé junto do quadro negro como imoralidades e decadências acadêmicas. Entristece que este discurso mina o orgulho e o desejo do aluno continuar. Com tempo para corredor, este professor do passado (gente mais nova cronologicamente que eu, às vezes) vive semeando ódio e frustração na mente dos alunos novos, que não vêm então, o universo fabuloso de oportunidades que uma universidade de pesquisa é para ele. O sujeito da Era vencida não se conforma, e quer enterrar com a sua paralisia mental toda uma academia, deprimida pelo sentimento (forjado, meticulosamente) de serem corrompidos! Enquanto isto, a inteligência brilha latente esperando que estas mentes jovens acordem e se livrem de tais envenenamentos!

 

Volto no tempo para avançar para o futuro. Uma grande fonte de alegria para um Mestre é o reconhecimento pelo saber que se passa a um aluno. Uma vez um dos meus mais brilhantes colegas na UFOP, da área de educação, Fábio Augusto, mencionou como que uma aula minha influenciou sua forma de ver a ecologia. Curiosamente, eu estava no meu pós-doc na UFMG, e esta aula foi dada ou para o Geraldinho ou para o Parentoni.

 

Assim, eu, um pupilo de uma vasta escola de Ecologia Evolutiva Tropical, passava o que aprendi nas horas cedidas pelos meus mestres. Deles eu aprendi lendo (posso dizer sem errar que entendo mais da obra sobre galhas tropicais do Geraldinho do que ele), e só os li porque escreveram ao invés de falar! Na hora certa, quem constrói um conhecimento falará sobre este conhecimento e toda teoria que lhe moldura. Até lá, se nos apropriarmos da devida liberdade criativa que nos cabe coletivamente, deveremos uns dos outros cobrar que a carga horária seja contabilizada pelo tempo investido em se apropriar do saber, e não em assistir o meu saber, que serve só a mim. Aí aposentarei feliz, aos pés de minha velhice como faz todo homem de bem.

11.05.14

Teoria de jogos, manipulação de massas e o poder


Sérvio Pontes Ribeiro

" Deus fez a todos nós diferentes, o fuzil nos deu a igualdade de condições", frase de uma liderança ultranacionalista ucraniana enquanto ameaça parlamentares. Eu acredito que ninguém assistindo a Globo ou outros veículos de imprensa comprometidos com o poder dos mais fortes, consiga entender que quem tomou a Ucrânia foi um grupo ultraconservador e nacionalista, tecnicamente, fascistas. Quem os denuncia diariamente? Putin, e a Rússia. Afinal então, não está ele certo que esta gente que agora manda, desmanda, demite prefeitos e desce a porrada, pode se tornar um grupo de violência étnica? Claro que podem, e claro que a Europa está preocupada com outro genocídio na região. Não ao acaso, a TV5 apresenta um documentário sobre a Ucrânia de manhã e outro sobre as famílias bósnias mulçumanas, massacradas pelos sérvio, anos atrás. Entretanto, uma limpeza étnica de bósnios pelos sérvios foi um horror inaceitável para a Europa, mas o mesmo contra russos, será uma guerra de grande escala, pois haverá resposta.

 

               Pensam então os leitores... e daí? E daí para nós, e por quê diabos estou lendo isto em uma página de sociobiologia aplicada ao dia a dia? As manifestações e confrontos com o poder corrupto da Ucrânia foi o exemplo mais emblemático e bem sucedido de remoção de Poder pelo "povo", depois da Primavera árabe. Em função exatamente do que representaram, e do crescente desejo de manifestantes brasileiros ganharem algo pelas ruas, e lembrando do vazio manipulado de todas as manifestações que historicamente aconteceram no Brasil (desde a época da criação da República), eu quis sim explorar o aspecto biológico da luta humana contemporânea por controle do poder por linhagens.

 

               Ambos os casos acima citados, mostram claramente o componente sociobiológico da força: manifestações podem surgir pacificamente e legitimamente representarem a revolta coletiva, mas a tendência é que elas criem condições, ou estratégias de jogos, que favoreceriam grupos não legítimos. O poder coletivo é atualmente controlado pelo sistema de políticos e leis instalados, um sistema que simplesmente deteriora quando os políticos eleitos manipulam ou burlam as leis para se manter no poder e tomar decisões que os favorecem individualmente. Este fato político - a corrupção - também é uma estratégia de jogo baseadas em trapaça coletiva. Parece muito claro que a capacidade comportamental de manipular o poder delegado ao seu favor seja uma estratégia geneticamente fixada na nossa espécie. Ou seja, não qualquer um, mas TODOS que alcancem o poder vão se corromper se não fiscalizados. Esta hipótese biológico-evolutiva, facilmente explicada pela teoria dos jogos, deveria ser explorada com profundidade pela sociologia. Também é verdade que o pouco diálogo das humanidades com a biologia evolutiva (herança maldita do darwinismo social promovido pelos nazistas) atrasa o entendimento e a necessidade de controlarmos nossos impulsos inevitáveis.

 

               Assim, a real democracia traz a virtude de matar o biológico em nós. Porém esta virtude é parcial, e a civilidade, fruto que emerge das qualidades individuais em práticas coletivas, nos domestica por completo, o que é bom e, do ponto de vista político e de representatividade, fundamental! Para perguntar o quão civilizados já somos, voltemos só um pouquinho no tempo. Talvez os leitores mais jovens não tenham a consciência disto, mas enquanto a minha juventude pintava a cara e ia para as ruas pedir que o Collor desse o fora, nossos pais em casa, sem rede social nem nada, falavam claramente do que de fato se passava: os velhos ladrões e usurpadores do povo não estava felizes com as ações do Collor e quiseram tirá-lo. Como ele, Collor, também estava usurpando e roubando, foi fácil mobilizar a Rede Globo e outros instrumentos da manipulação conservadora para provocar esta queda. Estas mesmas forças conservadoras tentem difamar a Dilma hoje e, como ontem, como ela está fazendo coisas por demais erradas, vai ficando fácil se impor de novo pelo controle da mídia.

 

               As manifestações de hoje? Nada de novo, só temos a maior clareza de não atacar a alguém em especial e, em um primeiro momento, impedir heroicamente a manipulação partidária. Entretanto, sem ilusões, infelizmente. Não temos um coletivo civilizatório que nos blinde para sempre desta manipulação. Nestes momentos, se a manipulação intelectual e de imprensa não funciona, heróis violentos podem sim surgir na nossa aparente defesa. Sem ilusão de novo, poder tomado a força só será restituído ao povo à força, ou após anos de ditadura. Esta é a alma biológica do controle de linhagens sobre a maioria. A imposição pela força é lugar comum dentro da nossa sociedade, e nunca vai deixar de ser um risco, exatamente porque é um impulso biológico.

 

               Um fato velho conhecido da Academia é ver docentes e pesquisadores medíocres tentarem manter um controle político do grupo por imposição das regras aos gritos, com forte tom moralista e legalista em tudo que falam. Os que de fato trabalham em ciência e educação sabem que as regras tem que se acomodar ao momento atual, sempre mutante, mas por isto mesmo, manipular e controlar quem está se dedicando de fato à ciência e ao ensino fica fácil. Agora imagina, se no berço do saber ocidental acontece esta lutinha boçal de poder, sem outro fundamento senão a intriga e manipulação, como não será em qualquer outra instância social? Não tolerar o intolerante, já é um bom começo para defesa de uma estratégia de jogo coletiva que não resulte em submissão. Então, temos que ser inteligentemente biológicos?

 

               A disputa e controle das ruas sempre será feito pelo desejo do povo, mas só vencerá com a devida apropriação dos poderosos. A conquista pela civilidade tem várias facetas: inteligência, arte, debate, educação, esclarecimento, expressão coletiva pacífica dos desejos sociais, respeito às leis; já a conquista pela força, biológica, tem uma só: a violência. A vigília é o único antídoto, e em todas as instâncias.

 

               O fato é que estes países que derrubaram ditaduras e corruptos pela força hoje não são exemplo de progresso, mas de caos. A história não civilizatória da civilização sugere: os instintos são sempre mais fortes, e quando coletivamente empoderarmos demais a um grupo ou deixarmos um grupo se empoderar pela força, vamos simplesmente trocar seis por meia dúzia.